Os pesos e as medidas da repressão estatal

Eu hoje ia escrever sobre outro tema, mas uma informação se impõe ao que Estava planejado.

A Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) emitiu nota acerca da atuação da força de choque da PRF nos protestos de caminhoneiros. No texto, os policiais reafirmam sua posição de cumpridores das decisões judiciais, mas deixam claro seu descontentamento em relação a forma como as decisões vêm  sendo tomadas neste caso.

O que chama atenção é que, além de deixarem claro que os policiais estavam cumprindo ordens, no final da nota, afirmam textualmente que lamentam “o tratamento diferenciado que movimentos ‘sociais’ (sic) alinhados ideologicamente com o governo tem tido em situações semelhantes.”

É inadmissível que um governo (de qualquer partido que seja) trate de forma diferenciada manifestações por serem contrárias ou favoráveis a seu partido. No entanto, é difícil esperar outra coisa de um governo que ainda considera a Venezuela um país democrático.

Para piorar um cenário que já é suficientemente assustador, hoje a presidente Dilma inaugura um parque eólico em Santa Vitória do Palmar (RS), em um local muito próximo a um dos maiores bloqueios de caminhoneiros do estado. Informacões da Radio Guaíba dão conta que todo o pelotão de choque da PRF, bem como um destacamento da Força Nacional de Segurança (que lembra muito a Guarda Nacional Bolivariana) estão monilizadas na região, num total de cerca de 100 homens.

A pergunta que fica é: resta dúvidas de que tamanha mobilização de efetivo decorre da vinda da presidente ao local e do fato dos manifestantes serem de oposição? Eu não tenho dúvida de que se fosse o MST, o tratamento seria bem diferente.

Leonardo Thomé Pires

Coordenador Local dos Estudantes pela Liberdade no RS. Liberal, colorado e polemista. Nerd e gamer nas horas vagas.

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