Arno Augustin é um péssimo economista

Vejo hoje uma matéria do jornal gaúcho Sul 21, que cobre o congresso da tendência interna do PT Democracia Socialista (de viés trotskista). A matéria relata que o economista marxista e ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, avaliou a política econômica de Joaquim Levy, que propõe um corte de R$ 69,9 bilhões dos gastos do governo, como “baseada num diagnóstico equivocado sobre a situação fiscal do país”.

Augustin ainda afirma que não há crise econômica no país: “Nós chegamos ao final de 2014 com uma taxa de desemprego de 4,8% e uma taxa de investimentos de 19,7%. A relação dívida/PIB, que era de 62,9% no final dos governos do PSDB, caiu para 36,7% no final de 2014. Se olharmos para a situação da economia do país no final do ano passado, fica difícil falar em crise fiscal, como o próprio governo vem falando agora”.

A parte da dívida é verdade. Mas o que Augustin esconde é que durante a sua gestão como secretário do tesouro nacional, o governo criou um outro tipo de dívida (ou de imposto, se preferir): imprimiu dinheiro em quantidades absurdas.

 

Oferta de dinheiro no Brasil de 1994 a 2015
Oferta de dinheiro no Brasil de 1994 a 2015

O gráfico acima mostra a quantidade de Reais que existe na economia (M2). Perceba que, de 1994 (o Plano Real começou em 1º de julho) a 2002 (último ano do governo FHC), a base monetária cresceu muito pouco. No primeiro governo Lula (2003-2006), ela cresce um pouco, mas ainda dentro de valores aceitáveis. A partir do meio do segundo governo Lula e todo o primeiro governo Dilma, a base monetária se expande alucinadamente, chegando a triplicar.

Quando a base monetária se expande muito rapidamente, acontece primeiro um momento de bonança, em que a economia parece estar indo de vento em popa. Algum tempo depois, a inflação dispara e então percebe-se os efeitos negativos, como explica o vencedor do Nobel Memorial Prize em economia, Milton Friedman:

Sim, é verdade que a dívida durante o governo Dilma era menor do que a durante o governo FHC. No entanto, os gastos excessivos do governo eram financiados não por empréstimos contabilizados, mas por uma forma de empréstimo que não entra na contabilidade: a impressão de dinheiro. Ao imprimir mais dinheiro, o governo injeta mais moeda na economia. Quando se tem mais moeda para consumir os mesmos bens, as pessoas passam a consumir mais. A demanda aumenta, mas a oferta não acompanha a velocidade de crescimento da demanda. Logo, como em todo o caso em que a demanda fica maior do que a oferta, os preços sobem.

O que Augustin não entende é que imprimir dinheiro não cria riqueza. Pelo contrário: gera uma dívida que, apesar de não entrar na contabilidade do governo, entra na do cidadão, que paga a conta da dívida por meio de um imposto disfarçado: a inflação.

Leonardo Thomé Pires

Coordenador Local dos Estudantes pela Liberdade no RS. Liberal, colorado e polemista. Nerd e gamer nas horas vagas.

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